USO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA ESCOLA: O CASO DO PROGRAMA UCA NA ESCOLA ESTADUAL MARIA CRISTINA

terça-feira, 24 de maio de 2011

USO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA ESCOLA: O CASO DO PROGRAMA UCA NA ESCOLA ESTADUAL MARIA CRISTINA

Iaponira Monteiro da Rocha Carvalho

1 Introdução

O presente artigo tem por objetivo apresentar o Programa “Um Computador por Aluno” (PROUCA) e as propostas para sua implantação na Escola Estadual Maria Cristina, localizada no município de Parnamirim/RN.
O PROUCA foi criado pelo Governo Federal por meio da Lei nº 12.249, de 10 de junho de 2010, que instituiu o seu objetivo como sendo

promover a inclusão digital nas escolas das redes públicas de ensino federal, estadual, distrital, municipal ou nas escolas sem fins lucrativos de atendimento a pessoas com deficiência, mediante a aquisição e a utilização de soluções de informática, constituídas de equipamentos de informática, de programas de computador (software) neles instalados e de suporte e assistência técnica necessários ao seu funcionamento. (BRASIL, 2010)

Esse programa teve origem no projeto OLPC que foi apresentado ao governo brasileiro no Fórum Econômico Mundial em Davos – Suíça, no ano de 2005. Naquele mesmo ano, o presidente Lula instituiu um grupo interministerial para avaliar o projeto.Após reuniões com especialistas brasileiros para debates sobre a utilização pedagógica intensiva das TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) nas escolas, foi formalizada uma parceria com a FacTI (Fundação de Apoio à Capacitação em Tecnologia da Informação) – FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) para a validação da solução da Organização OLPC. (PROGRAMA UCA, 2011)
No ano de 2007 foram selecionadas cinco escolas como experimentos iniciais em São Paulo-SP, Porto Alegre-RS, Palmas-TO, Piraí-RJ e Brasília-DF. Em 2008 foi lançado o pregão nº 107 com o objetivo de adquirir 150.000 laptops educacionais para serem entregues cerca de 300 escolas públicas já previamente selecionadas. Pelo Programa, cada escola receberá os laptops para alunos e professores, infraestrutura para acesso à internet, capacitação de gestores e professores no uso da tecnologia. (PROGRAMA UCA, 2011)

2 O PROUCA na E.E. Maria Cristina

No Rio Grande do Norte foram beneficiadas pelo PROUCA 10 escolas, abrangendo 216 professores e 3.679 alunos. Essas escolas estão distribuídas em nove municípios, sendo duas delas em Natal e uma em cada um dos seguintes municípios: Açu, Ceará-Mirim, Extremoz, Ipanguaçu, Jardim do Seridó, Parnamirim, Santa Cruz e São Paulo do Potengi.
No município de Parnamirim, a escola beneficiada foi a Escola Estadual Maria Cristina, cadastrada no INEP sob o número 24055794, onde estão cadastrados 21 professores e 436 alunos.Visando otimizar a utilização dos equipamentos, garantindo o seu bom funcionamento, com zelo e responsabilidade, foram traçadas as seguintes diretrizes para a implantação do Programa nessa escola:

·        Entrega dos equipamentos com termo de compromisso para alunos e professores;
·        Definição de atividades interdisciplinares para serem desenvolvidas pelos alunos da própria sala de aula;
·        Instalação de Internet;
·        Adaptação de salas para utilização dos computadores pelos alunos e pelos professores;
·        Criação de políticas de segurança de acesso por meio de senhas individuais, evitando que alunos de turnos distintos manuseiem indevidamente arquivos de outros alunos que utilizaram o mesmo computador;
·        Aquisição de jogos educativos como forma de estimular o interesse dos alunos pela tecnologia em sua educação; e
·        Realização de parcerias com entidades de capacitação na área de Tecnologia da Informação, buscando viabilizar treinamentos com alunos e professores.
3 Considerações finais

O PROUCA surgiu como uma grande oportunidade de promover a inclusão digital dos alunos das redes públicas de ensino. Essa inclusão é imprescindível para que os alunos possam ampliar as suas possibilidades de acesso a outras políticas públicas de inclusão social, bem como promover uma capacitação para atuar no tão concorrido mercado de trabalho.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 12.249 de 10 de junho de 2010. Institui o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento de Infraestrutura da Indústria Petrolífera nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste - REPENEC; cria o Programa Um Computador por Aluno - PROUCA e institui o Regime Especial de Aquisição de Computadores para Uso Educacional - RECOMPE; prorroga benefícios fiscais; constitui fonte de recursos adicional aos agentes financeiros do Fundo da Marinha Mercante - FMM para financiamentos de projetos aprovados pelo Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante - CDFMM; institui o Regime Especial para a Indústria Aeronáutica Brasileira - RETAERO; dispõe sobre a Letra Financeira e o Certificado de Operações Estruturadas; ajusta o Programa Minha Casa Minha Vida - PMCMV; altera as Leis nos 8.248, de 23 de outubro de 1991, 8.387, de 30 de dezembro de 1991, 11.196, de 21 de novembro de 2005, 10.865, de 30 de abril de 2004, 11.484, de 31 de maio de 2007, 11.488, de 15 de junho de 2007, 9.718, de 27 de novembro de 1998, 9.430, de 27 de dezembro de 1996, 11.948, de 16 de junho de 2009, 11.977, de 7 de julho de 2009, 11.326, de 24 de julho de 2006, 11.941, de 27 de maio de 2009, 5.615, de 13 de outubro de 1970, 9.126, de 10 de novembro de 1995, 11.110, de 25 de abril de 2005, 7.940, de 20 de dezembro de 1989, 9.469, de 10 de julho de 1997, 12.029, de 15 de setembro de 2009, 12.189, de 12 de janeiro de 2010, 11.442, de 5 de janeiro de 2007, 11.775, de 17 de setembro de 2008, os Decretos-Leis nos 9.295, de 27 de maio de 1946, 1.040, de 21 de outubro de 1969, e a Medida Provisória no 2.158-35, de 24 de agosto de 2001; revoga as Leis nos 7.944, de 20 de dezembro de 1989, 10.829, de 23 de dezembro de 2003, o Decreto-Lei 423, de 21 de janeiro de 1969; revoga dispositivos das Leis nos 8.003, de 14 de março de 1990, 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 5.025, de 10 de junho de 1966, 6.704, de 26 de outubro de 1979, 9.503, de 23 de setembro de 1997; e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 13 jun. 2010.

PROGRAMA UCA. Disponível em: <www.uca.gov.br>. Acesso em: 11 maio 2011.

PROUCA no Jornal Hoje

sexta-feira, 20 de maio de 2011

PROJETO - UCA

O Programa Um Computador por Aluno - PROUCA, tem como objetivo ser um projeto Educacional utilizando tecnologia, inclusão digital e adensamento da cadeia produtiva comercial no Brasil.

Quando começou?

O projeto OLPC foi apresentado ao governo brasileiro no Fórum Econômico Mundial em Davos - Suíça, em janeiro de 2005. Em junho daquele ano, Nicholas Negroponte, Seymour Papert e Mary Lou Jepsen vieram ao Brasil especialmente para conversar com o presidente e expor a idéia com detalhes. O presidente não só a aceitou, como instituiu um grupo interministerial para avaliá-la e apresentar um relatório.
Após reuniões com especialistas brasileiros para debates sobre a utilização pedagógica intensiva das TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) nas escolas, foi formalizada uma parceria com a FacTI (Fundação de Apoio à Capacitação em Tecnologia da Informação) – FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) para a validação da solução da Organização OLPC, proposta originalmente pelo MIT.
Em Fevereiro de 2006 a FacIT chamou mais três instituições para integrar o grupo técnico e fazer um estudo sobre a solução OLPC:
  • CenPRA – Centro de Pesquisa Renato Archer;
  • CERTI – Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras e
  • LSI – Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico.
Durante o ano de 2007 foram selecionadas 5 escolas, em cinco estados, como experimentos iniciais, em São Paulo-SP, Porto Alegre-RS, Palmas-TO, Piraí-RJ e Brasília-DF.

Como funcionará?

Em Janeiro de 2010 o consórcio CCE/DIGIBRAS/METASYS foi dado como vencedor do pregão nº 107/2008 para o fornecimento de 150.000 laptops educacionais a aproximadamente 300 escolas públicas já selecionadas nos estados e municípios.
Cada escola receberá os laptops para alunos e professores, infraestrutura para acesso à internet, capacitação de gestores e professores no uso da tecnologia.
Seis municípios serão atendidos como UCA Total, onde todas as escolas serão atendidas pelo projeto.

UCA Total

Por iniciativa dos governos Federal, Estaduais e Municipais, o projeto será replicado em seis municípios brasileiros, que terão todas as suas escolas atendidas, onde são chamadas de UCA Total. Os municípios selecionados são:
  • Barra dos Coqueiros/SE;
  • Caetés/PE;
  • Santa Cecília do Pavão/PR;
  • São João da Ponta/PA;
  • Terenos/MS;
  • Tiradentes/MG

O uso das Tecnologias de Informação e Comunicação na Escola

terça-feira, 17 de maio de 2011

Artigo

         Novas formas de pensar, de agir e de comunicar-se, são introduzidas como hábitos  em nossas vidas.  Nunca tivemos tantas alterações no cotidiano, mediadas por múltiplas e sofisticadas tecnologias. As tecnologias invadem os espaços de relações,  presente nos meios tecnológicos e de comunicação  na melhor educação.  A oferta educativa, se modernizar com a introdução das novas tecnologias, se alarga e até melhora, a aprendizagem, no entanto, meio de cada tecnologia exercem uma mediação particular nas pessoas e contextos com os quais interagem, pressupondo transformações na organização do trabalho, nos seus componentes e, conseqüentemente,na instituição educativa que realiza o trabalho. Além disso, os contextos (sociais, culturais e financeiros), também têm um papel definidor entre o  sujeito e a tecnologia, ampliando e/ou limitando as relações e situações que daí se originam. Por exemplo, para fazermos alguns trabalhos para atuar na escola com a tecnologia do game, ela poderia encontrar obstáculos com a direção, coordenação, ou mesmo com os pais da instituição onde atua, por não estarem preparados para aceitar a inclusão de um jogo ou brinquedo, em situação pedagógica. Apesar de nos depararmos com informações/imagens que chegam sob diferentes apelos sensoriais – visuais, auditivos e emocionais –, incorrendo em diferentes formas de aprendizagem além da razão (intuição, emotividade, criatividade e relacionamentos), ainda muitas escolas não estão abertas para a incorporação, ou, quem sabe, para o desafio de um trabalho com essas linguagens em seus cotidianos. Diante dessas linguagens, a grande maioria dos docentes (ou mesmo pais) tem necessidade de conhecê-las e de fazer parte dessas transformações.
      A tecnologia não é boa nem má, dependendo das situações, usos e pontos de vista, e “tampouco neutra, já que é condicionante ou restritiva, já que de um lado abre e de outro fecha o espectro de possibilidades”. Não se trata de avaliar seus impactos, mas de situar possibilidades de uso, embora, “enquanto discutimos possíveis usos de uma dada tecnologia, algumas formas de usar já se impuseram”, tal a velocidade e renovação com que se apresentam.
      As novas (e velhas) tecnologias podem servir tanto para inovar como para reforçar comportamentos e modelos comunicativos de ensino. A simples utilização de um ou outro equipamento não pressupõe um trabalho educativo ou pedagógico “o tecnicismo por si só não garante melhor educação, mais a oferta educativa, ao se modernizar com a introdução duas novas tecnologias, se alarga e até melhora, a aprendizagem, no entanto, continua uma dúvida”  cada meio e cada tecnologia exercem uma mediação particular nas pessoas e contextos com os quais interagem, pressupondo transformações na organização do trabalho, os seus componentes e, conseqüentemente, na instituição educativa que realiza o trabalho. Além disso, os contextos (sociais, culturais e financeiros) também têm um papel definidor. Assim, a escola defronta-se com o desafio de trazer para seu contexto as informações presentes nas   aproximações culturais, apesar das diferenças econômicas e dos obstáculos socioculturais que se interpõem para a produção dos desejos nos cidadãos. As distâncias e os espaços que os meios tendem a aproximar e a globalizar concorrem para que as necessidades se assemelhem, mesmo que, para muitos, a satisfação elas não se concretize.
         São outras maneiras de compreender, de perceber, de sentir e de aprender, em que a afetividade, as relações, a imaginação e os valores não podem deixar de ser considerados. São alternativas de aprendizagem que os auxiliam a interagir, a escolher e a participar nas estruturas sociais e educativas. Assim, com este texto, pretendo,  refletir sobre as relações entre as tecnologias e a ação educativa escolar para, num segundo momento, chegar a um processo de formação docente na escola com o uso de tecnologias, mais especificamente, da comunicação. Refiro-me a estas não apenas como equipamentos e/ou ferramentas, mas como um conjunto de processos usados em interação entre  pessoas, que põem em discussão questões individuais, referentes aos interesses e subjetividades dos sujeitos, e questões coletivas, referentes aos contextos socioculturais dos indivíduos. Assim, as tecnologias de informação e/ou comunicação possibilitam ao indivíduo ter acesso a uma ampla gama de informações e complexidades de um contexto (próximo ou distante) que, num processo educativo, pode servir como elemento de aprendizagem, como espaço de socialização, gerando saberes e conhecimentos científicos.
  Neste artigo, pretendo, inicialmente, refletir sobre as relações entre a ação educativa escolar e  as tecnologias, para, num segundo momento, mostrar como chegar a um processo de formação docente na escola, com o uso dos meios de comunicação. Refletimos a um conjunto de procedimentos e meios tecnológicos que põem  em discussão questões individuais, referentes aos interesses e subjetividades dos sujeitos, e questões sociais, referentes aos ambientes socioculturais dos quais os indivíduos participam. A escola e os meios tecnológicos de comunicação assemelham-se porque tratam da realidade e ambos são locais de aquisição de saberes; assim, educar com os meios e educar para os meios é imprescindível à educação escolar por possibilitar um ambiente favorável à cotidianidade.



 Palavras-chave: tecnologias; meios de comunicação na escola.

Referências Bibliográficas


BABIN, Pierre; KOULOUMDJIAN, Marie F. Os novos modos de
compreender : a geração do audiovisual e do computador. São
Paulo: Paulinas, 1989.

BARRETO, Raquel G. Formação de professores; tecnologias e
linguagens. São Paulo: Loyola, 2002.


D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Novos paradigmas de atuação e formação
de docente. In: PORTO, Tânia M. E. (Org.). Redes em construção:
meios de comunicação e práticas educativas. Araraquara:
JM Editora, 2003. p. 55-77.